Por isso não deverão ser postas de parte as boas práticas, no que respeita ao material de escrita.
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"Do mesmo modo que se julga à primeira vista uma pessoa segundo as suas maneiras, o seu andar e o seu vestuário, o aspecto material de uma carta indica muitas vezes a personalidade de quem a escreve. O branco, com todas as suas tonalidades, ainda é o papel por excelência, para a correspondência em geral. Para a correspondência íntima, as cores pastel são bem aceites entre as mulheres. Os papéis decorados com flores ou outros desenhos devem ser evitados, excepto se se tratar de notas pessoais ou de algum bilhete íntimo. Um monograma ou um endereço são os únicos enfeites justificáveis num papel de bom gosto.
O papel de carta nunca tem linhas.
A carta manuscrita é sempre correcta escrita a tinta, como é óbvio. Dever-se-á evitar a utilização de tinta colorida. O azul e o negro são as cores mais aconselháveis.
Para a família e os íntimos pode-se utilizar a máquina de escrever e para a correspondência ordinária, mas nunca para votos de felicidades, condolências ou circunstâncias com alguma solenidade.
À direita, em cima, escreve-se o local e a data, sem abreviaturas.
À esquerda, a fórmula de introdução, que para os íntimos ou para a família pode tomar a forma que se desejar a partir de «Meu caro», « Caríssimo» ou « Caro Amigo». Noutras circunstâncias escrever-se-á. «Caro Senhor» ou «Estimada Srª. D. Luísa», a que se segue uma vírgula.
pode iniciar-se a carta ao centro ou totalmente à esquerda. Isso é actualmente aceitável, tanto na correspondência pessoal como na comercial.
Evitar-se-á sublinhar palavras ou passagens, deixando ao leitor o cuidado de julgar a importância do assunto.
Numa folha simples escreve-se habitualmente numa só face da folha. Numa folha dupla utilizam-se as faces 1 e 3 numa carta com carácter de cerimónia. Se quisermos utilizar as quatro, deveremos fazê-lo na ordem 1, 2, 3, 4, e não 1, 3, 2, 4, como, infelizmente, é frequente fazer-se.
«Sinceramente» ou «cordialmente» podem terminar a carta e a assinatura deve ser completa, e não com iniciais. Uma mulher casada assinará: «Teresa Lemos Rodrigues», ou «Teresa Rodrigues».
Uma assinatura nunca deverá levar a indicação «Senhor», «Senhora», «Menina» seguida de nome. Para um homem, essa questão nem mesmo se põe.
Para uma mulher casada ou solteira, o título é posto entre parênteses, se se receia qualquer confusão. Tolera-se a abreviatura «Sr.ª» desde que seja seguida do nome do marido, e não do nome próprio da mulher casada.
Um homem nunca assina exclusivamente o seu nome de família, ainda que seja um magnate. Assinará «Paulo Rodrigues» e, no caso de possuir dois nomes próprios, pode utilizar a inicial do segundo.
Na correspondência social, o endereço do sobrescrito pode ser escrito em chanfradura ou em bloco.
Exemplo:
Ex.mo Sr. Paulo Rodrigues
>>>Av. da Liberdade, 20
>>>>> 1000 Lisboa
ou
Ex.mo Sr.
Paulo Rodrigues
Av. da Liberdade, 20
1000 Lisboa
É aconselhável mencionar o código postal, se o conhecermos.
Os selos colocam-se à direita e em cima e, se houver mais de um, uns a seguir aos outros na horizontal, e não na vertical. Evitar-se-á utilizar «a linguagem dos selos» colocando-os em sítios imprevistos. Isso é de um gosto duvidoso e pode embaraçar o destinatário.
Notemos que qualquer pessoa que atente contra o segredo da correspondência se torna culpada não só de indiscrição grave, mas também de um crime que cai sobre a alçada da lei. Evidentemente que, se a carta já tiver sido aberta pelo destinatário, não há qualquer lei aplicável, mas, neste caso, a ofensa constitui um grosseiro abuso de confiança.
Nunca se enviam cartas anónimas nem as mesmas se devem ter em conta.
Deve-se deixar passar, pelo menos, vinte e quatro horas antes de escrever uma carta insultuosa ou ameaçadora. Pode acontecer que, após esse lapso de tempo, a cólera se tenha atenuado e se opte por uma carta cujo envio não seja posteriormente objecto de arrependimento.
São de evitar a enumeração de doenças e a sua evolução, as más notícias, as gracinhas das crianças, a menos que a carta se destino a parentes próximos. Saibamos escrever uma carta cuja publicação num jornal ou cuja leitura por uma terceira pessoa não seja susceptível de nos causar embaraço. "
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By MFT
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