Pisão, actualmente, é um Bairro da Aldeia de Beijós.
A origem do nome (Pisão) provém de uma fábrica hidráulica de tecelagem, que outrora existiu próximo da Ponte sobre a ribeira, na E.N. n.º 337.
A água para mover os equipamentos passava por um pequeno aqueduto por debaixo da ponte, na margem esquerda da ribeira.
De cima da ponte, olhando para Poente, para a foz da ribeira, encontramos uma levada ou açude, de onde eram desviadas as águas, para alguns moinhos que antecedem o edifício onde funcionou o pisão. Todavia, no mesmo edifício, de um lado também funcionou um moinho, do outro funcionou a tecelagem.
Ainda encontrámos as ruínas dos moinhos, com as respectivas Mós, mas tudo desactivado, porquanto, nos últimos tempos, as pessoas, perante a facilidade em comprar pão nas padarias, deixaram de o fabricar em casa, e, por isso, a profissão de moleiro foi perdendo o interesse por não ser rentável.
Estes moinhos além do aproveitamento que tiveram para moagem dos cereais, cuja farinha se destinava ao consumo humano e à engorda de gado, foram a habitação, durante muitos anos, dos respectivos moleiros.
» (Na altura em que colhemos as imagens a ribeira ainda apresentava um razoável caudal).
Aliás, as pessoas que trabalhavam na moagem dos cereais tinham necessidade de permanecer junto das Mós, para lhes darem assistência.
De moinho em moinho, chegámos finalmente ao edifício onde funcionou o Pisão. Neste Pisão, segundo apurámos, eram tecidos (fabricados) cobertores de lã de ovelha, natural.
»(Edifício do Pisão)
» A porta que se apresenta nesta parte do edifício, serviria para dar assistência às turbinas que a água movia. Sim, porque, então, tudo era feito de madeira, incluindo essas turbinas.
É notório o estado de degradação dos telhados do edifício.
Perante a industrialização do sector dos lanifícios, estas pequenas fábricas deixaram de ser rentáveis e este Pisão terá deixado de funcionar na segunda/terceira década do Século XX.
Neste piso, no interior do edifício, agora quase a céu aberto, por lhe ter caído ou, sido removido o telhado, funcionou o dito pisão.
Foi neste salão que, com algum equipamento rudimentar que terá sido destruído pelos proprietários, foram fabricados muitos cobertores.
A vegetação espontânea foi tomando conta das paredes e, assim, tem-se tornado " habitante" natural do edifício.
Essa vegetação cobriu as paredes e tapou as cavidades onde assentava o Pisão propriamente dito. Bem procurámos os vestígios, mas o tempo, com as chuvas, tudo tem apagado.
Descemos à parte inferior do imóvel, para analisar o local por onde a água passava e fotografarmos os rodízios ou outros engenhos, mas não fomos felizes nesse aspecto.
Contudo, conseguimos ver a cale por onde a água passava, em direcção ao rodízio, mas este equipamento também terá desaparecido.
Hoje, apesar de não conseguirmos ter noção das dificuldades que, quer os proprietários, quer os respectivos moradores ou inquilinos, teriam tido, temos que aceitar que a falta de lenha com que se debatiam, uma vez que não havia gás ou outro combustível para aquecimento ou para cozinharem os alimentos, originou a queima das madeiras dos equipamentos de que dispunha o Pisão.
Aqui vemos a boca do inferno, por onde saía a água que movia o moinho que funcionou no edifício do pisão.
Apesar de poucas esperanças nos restarem, vamos continuar atentos e, se algumas dicas mais nos chegarem, voltaremos a este tema, aprofundando a história do Pisão de Beijós. Temos pena que os pisoeiros da nossa Aldeia talvez já tenham falecido.
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Ignoramos como os Beijosenses designavam este local, antes de ali ter sido criado o Pisão. Todavia, depois de a tecelagem Pisão passar a funcionar, as pessoas habituaram-se a falar do Pisão. Assim, naturalmente, passaram a chamar esse nome ao local e ao espaço (propriedades - terrenos) que envolvia o edifício onde funcionava a fabrica, que agora, com a expansão da Nossa Aldeia, já é um Bairro de Beijós, de que falaremos noutro Post.
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