O REGRESSO DAS ALMINHAS AO SOBREIRO
Gostamos de fotografar tudo aquilo que revele cultura, tradições e, sobretudo, o património que os nossos antepassados nos legaram.
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HISTÓRIA
Um pouco por toda a parte, principalmente na área da freguesia de Beijós, encontramos pedras, algumas bastante trabalhadas, diga-se, mesmo bonitas, colocadas em local de destaque, em muros sobranceiros às vias públicas.
Por vezes nalguns cruzamentos de caminhos ou de ruas.
Não sabemos o seu verdadeiro significado, muito embora tenhamos ouvido alguns relatos de pessoas da nossa Aldeia.
Todavia, temos que aceitar que, pelo nome que lhes atribuíram e pela crença do nosso povo, tudo leva a crer que houvera a intenção de lembrar aos viandantes que tinham antepassados e que as Almas deles tinham necessidade de ser sufragadas.
Por isso, essas Alminhas constituiam como que um apelo a rezar pelas Almas dos que já partiram.
Com um misto de real e/ou de lenda, é certo que as pessoas ao passarem naqueles lugares, olhavam às pedras das Alminhas e sempre havia um gesto, uma vénia.
Muitos homens, nossos concidadãos, se usavam chapéu destapavam a cabeça ao avistarem as Alminhas, colocando de novo o boné depois de passarem naquele local, como sinal de respeito.
Agora muitas dessas posturas estão ultrapassadas, porquanto a juventude vai deixando que determinados hábitos se percam.
Contudo, em muitos locais, as Alminhas continuam lá, e, ainda que não tenham outra utilidade, servem para retratar as crenças e são uma revelação do nosso património cultural.
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Temos percorrido algumas ruas e caminhos da nossa freguesia e sempre vamos colhendo as imagens dessas Alminhas.
Quase que sabemos de cor onde cada uma se encontra.
Há cerca de um ano, passámos pelo Sobreiro (encosta Sul de Beijós, a meio do caminho no percurso pedonal para a Póvoa da Pégada - entre o Picoto e o Milreo, vulgo Mil rego) e fotografámos umas Alminhas que se encontravam sobre o muro de pinhal das famílias "Tavares".
No Verão de 2008, passando novamente por aquele local, reparámos que as Alminhas tinham desaparecido.
Quando houve oportunidade, pessoalmente, falámos disso ao Senhor Presidente da Junta de Freguesia de Beijós, uma vez que alguém nos tinha comentado "... saber onde se encontravam umas alminhas muito bonitas e que gostava de as possuir...", aumentaram as nossas preocupações.
A resposta de que "... estão guardadas, mas irão ser lá colocadas oportunamente..." tranquilizou-nos.
Finalmente, pela Páscoa de 2009, nas nossas caminhadas, pudemos verificar que a Pedra das Alminhas já foi reposta no seu devido lugar. Agora até foi assente com cimento.
Gostámos da postura do Senhor Presidente da Junta de Freguesia.
Estamos certos de que, como nós, também ele se preocupa em preservar o Património Beijosense.
Parabéns!
O Nosso Bem Haja.
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»»»»» Podemos ver aqui a História divulgada por outras fontes.
»»»»» E esta Maravilha com versos!
Faltam em Beijós umas Alminhas. Aquelas que estavam na propriedade que foi do Nosso Querido e Saudoso Amigo Albertino Santos, ao cimo da ladeira da tapada. O Reinaldo dos Filipes fez a casa e terá removido a Pedra das Alminhas.
ResponderEliminarJá procurei nuns montes de pedras que há por ali, mas não as vi...
Onde terá sido colocada essa Pedra?
A História das nossas tradições tem uma RIQUEZA sem fim, que nos surpreende a cada passo.
ResponderEliminarQue rica reportagem, e significativa.
Obrigada por nos mostrar, e ensinar tanto.