CARNAVAL EM BEIJÓS NO DIA DE ENTRUDO (terça feira)
Em Beijós, desde tempos muito remotos, sempre se brincou ao Carnaval.
Mesmo antes de na nossa Aldeia terem existido aparelhagens sonoras e grupos musicais, as populações, gente nova ou mais velha, reuniam-se nos largos dos seus bairros para reinar e divertirem-se com danças de roda e cantares próprios da quadra.
Dos locais principais onde se realizavam esses divertimentos carnavalescos destacamos:
No Areal - em frente à casa do nosso Amigo ÁLVARO PEIXEIRA MENDES;
No Vale da Loba - no Largo do Calhau, em frente à casa do Saudoso Amigo EMÍDIO FERNANDES DE CAMPOS.
Estes lugares enchiam-se de gente, uns a dançar outros a ver.
Houve sempre a tradição de aparecerem pessoas, homens ou senhoras, disfarçadas com máscaras.
Recordamos duas máscaras negras que afugentavam muitas pessoas, pelo seu singular aspecto horrendo.
Eram elas a do João Tavares, toda muito polida, bem torneada e a do Tó-Tó, em madeira manufacturada e pintada também de preto.
Normalmente, quem as usava apresentava-se em público com atitudes altivas e por vezes até agressivas ou ameaçadoras. Por isso eram as máscaras mais temidas.
Outrora, as pessoas mascaravam-se para poderem censurar ou ridicularizar, parodiar livremente a conduta (actos ou palavras) de alguém, fosse figura pública ou não, que tivesse sido reprovada na aldeia ou até no País.
Os tempos têm vindo a mudar, as máscaras e as intenções também. Algumas tradições mantêm-se como os mascarados e travestidos.
Os Beijosenses foram desenvolvendo outros hábitos mais amistosos e promovem, mesmo nesta época, um são convívio.
No Vale da Loba, a cujo Bairro mais nos ligam as nossas raízes, as tradições mantêm-se firmes.
De ano para ano, procura-se atrair cada vez mais forasteiros, para reinar ao Carnaval.
Com as novas tecnologias tornou-se mais fácil difundir um pequeno programa, convidando os mascarados a comparecer no respectivo largo, mas também com farnel, para o convívio.
Têm-se servido da garagem da nossa Amiga ALBERTINA DE JESUS MARIA, onde é instalada a respectiva mesa e expostos e franqueados a quem aparecer todos os lanches que vão chegando.
Há sempre quem se disponha a acender a fogueira para amenizar os frios da época e, ao lado, é oferecido um grelhador a carvão para o churrasco de febras, frango, entremeada, enchidos, etc.
Muitos alimentos já vieram feitos de casa e foram expostos e franqueados directamente também sobre aquela mesa. Quem apareceu só para comer e beber também foi bem recebido. Valeu pelo convívio.
Não há dúvida que é uma outra forma de reinar ao Carnaval e de conviver com os amigos.
No dia 16 de Fevereiro de 2010, nós, apesar do frio e da chuva, estivemos lá e também nos associámos, apresentado o nosso lanche. Entrámos no convívio de novos e velhos, ao som de músicas gravadas difundidas por aparelhagem sonora e, assim, entre amigos, passámos um serão muito animado, bem comidos e melhor bebidos com o famoso Dão, servido daquele garrafão que o Zé Carlos apresentou.
Prometemos voltar para 2011.
Vejamos algumas imagens que colhemos este ano, também com intenção de despertar a curiosidade de muitos Beijosenses, para identificar muitos dos mascarados que não quiseram associar-se no lanche, para evitar serem reconhecidos, uma das principais facetas do convívio, o anonimato.
Contudo, toda a gente se portou bem, sem incidentes.
Todos aqueles que se dispuseram a comparecer disfarçados e se esforçaram por manter o anonimato, tiveram uma postura digna.
Entraram bem na reinação, sem exageros.
Por isso, a todos os que participaram, deixamos os nossos sinceros parabéns, com votos de que esta tradição se mantenha por muitos anos.
Alimentamos a esperança de que em 2011 haja mais forasteiros.
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