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TER CLASSE

Qual é o significado da expressão "TER CLASSE"?
Uma especialista em normas de cortesia respondia assim a esta pergunta:
"Ter classe é nunca ser vítima de pânico. É possuir a convicção íntima da própria capacidade de encarar a vida, aconteça o que acontecer."
"Ter classe é nunca utilizar pretextos para justificar uma atitude. É reconhecer os próprios erros, aceitar-lhes as consequências e aprender à custa deles."
"Ter classe é ter consideração pelos outros. É saber que as boas maneiras são, de facto, uma sucessão de pequenos sacrifícios pessoais"
"Ter classe é saber reconhecer que a aristocracia não tem nada a ver com os antepassados nem com o dinheiro. O herdeiro de uma longa linhagem de títulos de nobreza pode ser totalmente desprovido de classe, enquanto o descendente de um mineiro de carvão pode possuí-la e ser dela um magnifico exemplo."
"Ter classe é nunca ter necessidade de destruir a reputação dos outros para edificar a sua própria."
"Ter classe é poder manter manter a dignidade própria entre os grandes e conservá-la com simplicidade entre os humildes".
Toda a gente se sente à vontade na presença de uma pessoa que tem classe, porque essa pessoa está à vontade consigo própria.
"Se você tem classe, não necessita de muito mais. Se não tem, que importa o que tem? Isso carece de importância".

Se ter classe significa então estar tão à vontade consigo mesmo como com os outros, é evidente que a nossa personalidade, a nossa individualidade, se exprimem nas nossas maneiras. Quando sabemos que as regras de cortesia têm a sua origem no mais profundo do ser, que não foram impostas arbitrariamente, mas nasceram de uma necessidade de harmonia e de moralidade, compreendemos facilmente a lógica das normas que governam a convivência social.

Por si só, a intuição não pode ajudar-nos a observar todas estas regras que definem os contactos entre os seres humanos: As modalidades exteriores podem variar segundo os lugares, as raças e as circunstâncias. Mas o essencial nunca varia.
O aperto de mão nem em todo o mundo é reconhecido como uma saudação ou uma manifestação de estima; o beija-mão, tal como ainda é praticado em certos países, vê-se muito pouco na América; o preto nem em toda a parte é sinal de luto. Mas a nobreza de sentimentos, a inviolabilidade da palavra dada, o respeito pela propriedade alheia, fazem parte do código de honra de todos os homens de mundo.
Se é preciso aprender tudo na vida, desde a língua que falamos até aos gestos mais banais, as regras de convivência social também são objecto de aprendizagem e de constante aperfeiçoamento. Não há nenhuma época na nossa vida em que o conhecimento desta arte não traga proveito à pessoa que se entrega ao seu estudo. Está reconhecido que a delicadeza traz consigo a harmonia, a calma e a alegria de viver. Mas a grosseria abre as portas a todos os abusos.
Tal como a caridade, a boa educação começa por nós próprios. Não há duas espécies de boa educação: uma para o exterior, outra para a nossa casa. Quem assim pensa trai-se mais tarde ou mais cedo e perde a estima e a admiração que procurava.
Um homem que, em público, abre a porta e deixa passar a sua companheira, a ajuda a tirar o casaco ou a vesti-lo poderá, em casa, abster-se desse tipo de solicitude. Mas, em casa como fora dela, não poderá permitir-se interrompê-la quando ela fala ou deixar de lhe dizer "obrigado" quando ela lhe serve o café. (...)

Por MFJ/Willoughby