sábado, junho 16, 2007

9 – ACULTURAÇÃO – Apresentações

Nos contactos sociais de todos os dias, as apresentações são raramente feitas de forma cerimoniosa, mas é importante que sejam feitas correctamente.
É necessário referir que as apresentações devem ser feitas com tacto e segurança.
Não se deve hesitar no caso de ser preciso pedir às pessoas que repitam os nomes, tanto à pessoa que faz as apresentações como às que foram apresentadas.
Também não é indelicadeza fazer soletrar um nome estrangeiro difícil de fixar, se fizermos esse pedido discretamente, depois de a pessoa ter sido apresentada.

A personalidade dos indivíduos também é apreciada pela facilidade com que fazem acompanhar uma apresentação de algumas palavras amáveis, que facilitam um primeiro contacto.

Uma regra básica e fundamental exige que se apresente sempre o homem à mulher, um inferior a um superior, um empregado a um chefe.
Digamos, para facilitar as coisas, que o nome da pessoa a quem se apresenta outra é o primeiro a ser pronunciado.

Veremos um pouco mais adiante os casos particulares que dizem respeito às apresentações oficiais. Mas, de momento, daremos novamente alguns exemplos da correcta formulação das apresentações.

»»»» Paulo Rodrigues entra em casa e encontra a mulher a falar com duas senhoras que ele não conhece.
> A sua mulher, Teresa, dirá simplesmente: “Sr.ª D. Luisa Antunes, Sr.ª D. Fernanda Valadas, o meu marido, Paulo”.

»»»» Outra maneira igualmente correcta seria Teresa avançar em direcção ao marido e, segurando-o pelo braço ou pela mão, conduzi-lo junto das senhoras, dizendo:
“Paulo, gostava de te apresentar a Sr.ª D. Luisa Antunes e a Sr.ª D. Fernanda Valadas”.

> Repare-se que em ambos os casos o homem foi apresentado às mulheres.

Na intimidade, as pessoas podem ser apresentadas utilizando-se expressões como: “Conhece?” ou “Já se encontraram antes?”
> Mas cuidado! Teresa Rodrigues dirá: “Paulo, já conheces a Sr.ª D. Luisa Antunes?”, e não: “Sr.ª D. Luisa Antunes, já conhece o meu marido?” O que significa: Paulo já foi apresentado à senhora?

»»»» Se um homem leva a sua casa um cliente importante, poderá dizer: “Sr. Sousa, gostaria de o apresentar a minha mulher.” Se é um colega: “Teresa, o meu colega Pedro Silva; Pedro, a minha mulher.”

»»»» Um marido ou uma esposa nunca deverão apresentar o seu cônjuge empregando a expressão SENHOR ou SENHORA , mas sim O MEU MARIDO ou A MINHA MULHER”. E nunca...A MINHA SENHORA.

»»»» A mesma fórmula é aplicada para os outros membros da família.
> Apresenta-se: “A minha irmã Joana, o meu irmão Mateus”.
> Se Joana for casada, diz-se: A minha irmã, JOANA DUARTE”.
> Dir-se-á: “A MINHA CUNHADA, Sr. Emílio Esteves“; “O meu cunhado, Carlos Pinto”.

> E apresentando-se sempre o homem à mulher.

»»»» Também as crianças entre a idade da razão e a maioridade são apresentadas. Diz-se: ”O meu filho Tiago, a minha filha Anita”. Ou, se se tratar do filho de uma pessoa que nos visita, dir-se-á: “Filipe” o filho dos Neves, ou “o filho dos nossos amigos Neves”.

»»»» Quando se apresentam os sogros, pode-se dizer: “A mãe de Paulo, Sr.ª Rodrigues”.
> É mais agradável do que dizer: “ A minha sogra, Sr.ª Rodrigues”.
> Mas ambas as fórmulas são correctas.
> É uma questão de sentimentos.

»»»» Ao apresentarmos uma tia, dizemos: “Tia Suzana, Pedro Leima. Pedro, a minha tia Sr.ª Mendes”.

»»»» Quando se apresenta um casal, diz-se: “O Sr. E a Sr.ª Vieira”, e não “ A Sr.ª e o Sr. Vieira”.

»»»» As fórmulas “ENCANTADO” e “MUITO PRAZER EM CONHECÊ-LO” continuam a ser usadas. A tradução do inglês “HOW ARE YOU?” (Como está) é menos flexível e só deveria ser admitida vinda de uma pessoa hierarquicamente muito superior.
> As expressões “bom dia” ou “boa noite” também são originárias do inglês e não exprimem grande coisa.
> Já não falo na expressão “Olá”. A desenvoltura desta expressão só é admissível entre jovens, e mesmo entre eles dever-se-ia cultivar a prática das boas maneiras, o que não elimina em nada a boa camaradagem.

»»»» Não é necessário entabular uma conversação imediatamente a seguir à apresentação, mas ainda aqui será o grau de à-vontade daquele que apresenta que motivará a conversa subsequente.
> Pode trocar-se um aperto de mão na altura da apresentação, mas não é obrigatório, sobretudo se se está numa grande recepção.
> Na intimidade há habitualmente troca de apertos de mão.
> Como já foi dito, compete à mulher ser a primeira a fazer esse gesto.

»»»» As apresentações de que falámos fazem pressupor que os participantes estão de pé.
Se estiverem sentados, como proceder?

»»»» De um modo geral, um homem deve sempre levantar-se quando lhe apresentam uma pessoa de um ou outro sexo.
> Se se estiver inválido ou gravemente doente poderá deixar de o fazer.
> Uma mulher fica sentada quando lhe apresentam uma pessoa de um ou outro sexo.
> Contudo, se se tratar de uma senhora muito mais idosa, levantar-se-á.
> Se se trata de um velho, poderá não o fazer, mas o gesto de se levantar é sinal de uma cortesia simpática.
> Em ambos os casos, uma rapariga levantar-se-á sempre.

»»»» Não devemos fazer um bicho-de-sete-cabeças de todas as regras de boa educação.
> Em diversas circunstâncias será preciso usar de discernimento e de tacto.
> O local, a atmosfera, o ambiente, condicionam geralmente o nosso comportamento e o hábito de um elegante à-vontade adquire-se facilmente se prestarmos um pouco de atenção.

»»»» Podemos apresentar-nos a nós próprios?
> Antigamente, a questão nem sequer se punha.
> Podia passar-se toda a vida a encontrar uma pessoa na rua e nunca lhe dirigir a palavra se não fossem feitas apresentações oficiais.
> No nosso tempo, a vida profissional e a vida pública obrigam-nos a apresentarmo-nos a nós próprios, seja numa reunião muito numerosa, num local público, ou num congresso onde os delegados de diversas cidades se encontram pela primeira vez.
> Mas uma mulher evitará apresentar-se a um homem, excepto se se tratar estritamente de uma questão de trabalho, como, por exemplo, se ela se apresentar a um director de uma empresa ou a qualquer outro administrador comercial ou profissional.
> Fora do plano profissional, um homem pode apresentar-se, quando de um breve encontro de acaso.

> > Mas será permitido recusar este género de apresentações?
> Só o é por parte da mulher.
> O homem nunca o poderá fazer.

»»» É importante que nunca se deixe tentar pelo jogo de nomes falsos.
> O mundo é pequeno, e esse é um jogo que lhe pode vir a pregar desagradáveis partidas.
> Uma mulher nunca revela o seu nome a um homem desconhecido, excepto em circunstâncias muito especiais.

»»»» Dentro da mesma ordem de ideias, é necessário dizer uma palavra sobre a questão da conversa entre estranhos, seja no comboio ou no avião, seja num hotel, restaurante ou lugar público.
> Desde que se observe a necessária prudência, nada se opõe a que se troquem algumas palavras com um companheiro de viagem, sobre a temperatura ou sobre um acontecimento do dia. Mas a conversa deverá ficar por aí e é preciso compreender que não é a melhor altura para contar as proezas das crianças, as pequenas questões conjugais e as intrigas do escritório.
> Também não é questão de se apresentarem um ao outro. Separam-se com um "BOM DIA" ou um "BOA TARDE", e é tudo.

»»»» Também não é conveniente que as jovens se deixem levar pela tradicional frase: "PARECE-ME QUE JÁ A ENCONTREI EM QUALQUER LADO ..."; é uma frase desajeitada e idiota e ninguém deveria utilizá-la.
> Um homem inteligente pode encontrar qualquer coisa mais original para solicitar o favor de uma conversa com uma estranha.
> E uma mulher deverá aceitar esta troca de palavras com reserva e prudência, sejam quais forem as circunstâncias.

»»»» É possível que alguns leitores digam que estas regras são demasiado rígidas para o nosso mundo moderno.
> Mas, como já dissemos, pretendemos, antes de tudo, divulgar um conjunto de conselhos que visam a arte das boas maneiras.
> Os movimentos de libertação da mulher contribuíram muito para transformar os modos de vida em todos os países e certos gestos de camaradagem são admissíveis desde que não ultrapassem os limites do bom gosto, regra imutável entre pessoas civilizadas.

»»»» Acrescentemos, para concluir, que não devemos abusar dos títulos nas apresentações, excepto se se tratar de um membro da nobreza ou de um licenciado por uma faculdade, caso em que se diz "Doutor" ou "Professor".
> Quando é o próprio que se apresenta, estes títulos desaparecem e só enuncia o nome próprio e o apelido.

»»»» Também é de evitar que a conversa seja enfeitada com expressões como "Senhor Engenheiro" ou "Senhor Professor".
> No fim de contas, elas não referem mais que nomes de profissões ou de ofícios, e não a identidade de um ser em particular, possuidor de um nome que lhe é próprio.

By MFJ/Willoughby

1 comentário:

  1. Por muito que se leia, por mais que se ouça, nunca será demais, porquanto nunca se consegue aprender tudo.:)

    Para se conseguir evitar alguns erros e situações, por vezes, menos agradáveis, tem que haver muito treino.:)

    Mas, ao ler este post relembrei alguns pontos muito importantes, para uso do dia-à-dia!

    Bem-haja!

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