sábado, junho 30, 2007

FESTAS DE S. JOÃO BAPTISTA DE BEIJÓS


Fogueira de S. João.












Noite de S. João

Dia 23 de Junho de 2007

Véspera do dia de S. João. Noutros tempos acendiam-se, nalguns largos ou ruas da nossa aldeia, as fogueiras de rosmaninho, com que os jovens se divertiam, saltando passando sobre o fumo que delas ascendia.
Era uma alegria, para a mocidade.
O cheiro ao rosmaninho queimado pairava no ar durante grande parte da noite.
Ainda que essa tradição se mantenha, como nos ilustra a imagem, outros convívios passaram a fazer parte do início da festa.

Há alguns anos que, pelo que BEIJÓS-CINCO ALDEIAS apurou, um grupo de moradores do Bairro da Eira, em Beijós decidiram criar o seu próprio convívio no largo junto aos muros da casa do Nosso Querido Amigo, que Deus lhe fale na Alma, António Marques, em frente ao pinhal da vinha da eira. Aí acendiam uma fogueira, para fazer brasas onde assavam a sardinha para o jantar. Juntavam-se os respectivos familiares, trazendo consigo algum vinho, para acompanhar a sardinha, na refeição.

Boa iniciativa esta, porque de ano para ano este jantar vem sendo publicitado e, consequentemente, tem vindo a juntar, entre alguns curiosos que, espontaneamente, acabam por se associar, muitos amigos, o que, orgulhosamente, se mantém.

Tudo bem! O Outeiro do Moinho, no canto do Vale da Loba, procurou seguir-lhes os passos. As pessoas deste e dos Bairros vizinhos, como o da Tapada, passaram a juntar-se e a organizar naquele canto de Beijós, também o seu próprio convívio, que mantêm esporadicamente. Vê-se que os extremos, Nascente e Poente, de Beijós procuram organizar-se para conviver.

Todavia, há três ou quatro anos para cá que as comissões das festas de S. João Baptista passaram a organizar um convívio mais abrangente, que contempla toda a população de Beijós e seus amigos, mesmo forasteiros, que se queiram associar às festas.
Começaram pela feliz ideia de distribuir os tremoços e o vinho aos viandante e quase de porta-a-porta, pela aldeia. Iniciativa inédita, muito bem pensada que tem merecido o melhor acolhimento das populações.

Será bom aqui relembrar que todas as iniciativas são bem acolhidas, desde que haja meios financeiros para as realizar condignamente.
Tudo dependerá e muito bem se assim é, dos fundos que a comissão das festas possa reunir.
Claro que não poderemos exigir das pessoas que façam grandes festas, se não houver forte contribuição de todos os Beijosenses.
Não podemos aceitar que, quem quer que esteja na comissão das festas, as faça à sua própria conta. Isso não seria justo, quando a festa é de todos os Beijosenses e quando todos são beneficiados.

Este ano, 2007, os mordomos, somente dois, organizaram-se de tal forma que, conseguiram brilhar e elevar mais alto o nome de Beijós.
Será inteiramente justo que devolvamos aos Mordomos, Victor e Pedro, alguma das alegrias que com a sua coragem e dedicação eles conseguiram proporcionar aos seus conterrâneos. Seguramente que eles estarão super satisfeitos por terem conseguido os seus objectivos, mas também toda a população de Beijós lhe estará extremamente grata, o que é de inteira justiça, pelo brilho que as festas de S. João tiveram.

Senão vejamos:

Quando me preparava para encher um garrafão de água no nosso chafariz, para me ir juntar a um grupo de amigos, fui surpreendido pela música de uma aparelhagem sonora, instalada sobre uma vedação de verdura, com ramos de acácia-preta, vulgo Austrália, que servia de cobertura ao reboque de um tractor agrícola, que circulava na Rua Abade Pais Pinto, do Areal para a ponte do povo, já na fronteira do Areal com o Bairro da Ponte.
Sobre a máquina de tons brancos e vermelhos, viajavam, além do tractorista, três ou quatro pessoas.
Desfraldava uma bandeira nacional, erguida por um dos viajantes, que a balançava de um para o outro lado.
Confesso que nunca assisti à distribuição dos tremoços. Foi coisa que nunca me motivou a curiosidade, por considerar uma tarefa somenos.
Naquele momento, parei para observar o que se estava a passar com aquele tractor, pensando muito seriamente que seria uma passagem de publicidade para as festas que se iniciavam.
Ao verem-me, os mordomos saltaram do tractor e dirigiram-se-me, amavelmente, a oferecer tremoços.
Boa surpresa, porque eu sempre pensei ver a tremoceira, com o seu carro de mão, como habitual, a distribuir os tremoços pelas ruas, mas afinal isso tudo estava devidamente organizado e controlado pelos mordomos responsáveis.
Conversei com eles, confessei-lhe a surpresa e aceitei ver o arranjo do reboque do tractor. Desloquei-me para a retaguarda do reboque e tive maior surpresa com o cenário que se me apresentou: Na traseira da carroçaria, à direita, uma banheira metálica, cheia de água fresca, com uma torneira no cimo, no lugar onde havia de ser colocado o respectivo raro. Atrás da banheira, encima de um cavalete, um barril de madeira com o vinho, em cuja torneira estava ligada uma mangueira ou tubo de borracha, o qual, passando por dentro da banheira e mergulhando na água fresca com gelo, ligava à outra torneira que já referi, do raro da banheira, para que o vinho, tirado desta última torneira, chegasse fresquinho ao consumidor.
Ao lado da banheira, uma gamela rectangular que continha os tremoços, de onde a Maria da Conceição Borges ia servindo as pessoas que aparecessem. Apesar da surpresa e de me ter apanhado desprevenido, sem vasilha, nem saco para levar os tremoços, a Quitas do Silvério, como é conhecida, mesmo vendo que ia ficar sem copo para servir os tremoços, tomou a iniciativa de mo entregar cheio a transbordar. Preparou-se logo para me encher também um copo de tinto, tirado da torneira da banheira.
Atrás da Maria da Conceição Borges estava a sua prima Fernanda que, pelo que me apercebi, ajudava a servir os tremoços e o vinho.

Enfim!
Anunciavam, realmente, um serão de festa rija em Beijós.
Que são convívio entre os beijosenses se adivinhava.
Àquela hora, cerca das 20,00 h, já as pessoas se movimentavam, para se reunirem na sala de visitas de Beijós, o recinto das festas, debaixo das Carvalhas.
Também estava convidado para me apresentar naquele recinto das festas, onde serviram sardinha de graça a quem aparecesse.
Havia surpresa!
Sim! A surpresa que os mordomos anunciavam nos respectivos prospectos.
Um porco inteiro a rebolar sobre o carvão incandescente, para assar.
Comeram-se as sardinhas, beberam-se muitas bebidas, estas de acordo com a vontade de cada um, que tinha que as pedir em separado.
Porém, a carne do porco no churrasco, só chegou muito mais tarde, para garantir o prolongamento, até altas horas da noite, daquele são convívio.
Quem visitou Beijós nesse serão, terá tido ceia maravilhosa e light por conta das festas.
Como é salutar ver os habitantes de uma aldeia reunidos para conviver.
Pessoas que, há tantos anos que se não viam, forasteiros que vinham ver dos amigos, conseguiram confraternizar, por uns instantes, naquele salutar ambiente de festa.

Havia muitos voluntários para trabalhar.Toda a gente demonstrava ansiedade de ser prestável e dar a sua ajudinha, mas os Mordomos da Festa o Victor e o Pedro, que não arredaram pé, terão tido o maior sacrifício, pois além de terem promovido tão faustoso repasto e proporcionarem aqueles encontros dos Beijosenses com os familiares e amigos, supervisionaram todo o movimento, garantindo que tudo, harmoniosa e disciplinadamente, decorresse sem sobressaltos.

Mereceram bem o carinho que lhe foi dispensado.
Garantidamente que os Beijosenses lhe irão ficar gratos por muito tempo.
Temos que enaltecer todos os préstimos que eles dispensaram para que Beijós brilhasse mais uma vez.
Gostei de observar a surpresa demonstrada nas populações das aldeias vizinhas, quando tomavam conhecimento da sardinhada servida de graça em Beijós, na noite de S. João.
Muito bom exemplo que Beijós talvez deixe, para todas as aldeias do concelho e até do Distrito de Viseu.
Prevalece, desde há séculos da História de Beijós, o sangue beijosense que continua a correr-nos nas veias com o mesmo brio e dedicação de outrora, na arte de bem receber.
Esta tarefa, enraizada em cada um de nós, irá perdurar seguramente, enquanto houver homens empreendedores e com tamanhas iniciativas como as reveladas pelo Victor e pelo Pedro.

O nosso profundo agradecimento com um forte BEM-HAJA, para ambos!
Com vontades assim, Beijós será para sempre... Beijós!
___________________

Que este espírito se eternize na consciência das Comissões vindouras!
___________________
By Willoughby

3 comentários:

  1. Oh Gente!

    Já viram por aí os Mordomos para as festas de S. João, para 2008?

    Vamos lá ver se os conseguimos encontrar!

    Pelos vistos, por enquanto, só um é que se deixou apanhar!:))))

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  2. Nem sempre as pessoas estão psicologicamente preparadas para assumir uma responsabilidade como esta de organizar uma festa condigna!

    Isso é compreensível e temos que o aceitar, porquanto dará muitas noites sem dormir ou dormir mal. Além disso, haverá muito mais dores de cabeça, que aumentam quando os mordomos não conseguem um franco entendimento.

    Há muito sacrifício, ninguém pode duvidar e só quem passa por isso poderá dar o verdadeiro valor.

    Ninguém pode partir para a realização das festas a pensar em lucros, porque isso é mentira e mal das festas, quando os mordomos assim pensam, porque então não haverá festa nenhuma.

    Aqui tem que prevalecer o amor à camisola. O voluntarismo e o espírito de sacrifício é que reinam.

    Se as festas de 2007 foram francamente boas e bem organizadas, também os respectivos mordomos se propuseram nomear Homens competentes e capazes de dar continuidade ao brilho que eles imprimiram à maior festa religiosa da nossa Aldeia.

    Se o Pedro e o Victor propuseram aquelas pessoas, seguramente, tiveram em conta a estima e a confiança que todos os Beijosenses lhes dispensam.

    Não podemos ficar desanimados, por três dos novos Mordomos não terem recebido a passagem de testemunho. Vamos ter esperança de que eles venham a reflectir e a amadurecer a ideia de que a nossa Aldeia merece o seu empenho.
    Todos nós estamos a contar com eles e, confiadamente, eles não irão deixar os seus créditos por mãos alheias.

    Estou seguro que o Pedro, o Victor e o João Abílio não deixarão de promover as suas diligências, para os convencer. Deus, pela mão de S. João Baptista de Beijós, irá dar-lhes força e coragem, para esta nobre tarefa.

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