terça-feira, julho 24, 2007

11 - ACULTURAÇÃO - O telefone

« O telefone

O telefone é uma maravilhosa invenção que nos permite comunicar com os nossos semelhantes a qualquer distância e em alguns segundos. Mas não devemos esquecer o nosso estatuto de pessoas bem educadas nesta automatização cada vez mais difundida.
Se, por vezes, julgamos as pessoas pelas suas maneiras, também o podemos fazer a partir do seu modo de responder ao telefone.

Admite-se que "Está?" é a resposta corrente ao telefone.

Dizer "Sim?", especialmente com uma voz enfadada, é uma grosseria que a pessoa que está do outro lado do fio possivelmente não merece.

Quanto à identificação, deveremos dá-la assim que recebemos a resposta à nossa ligação (ex. "daqui fala F...").

Para negócios, dar unicamente o número do telefone, "213..533000" por exemplo, presta-se a confusões e deve ser evitado.
É preferível responder: "Está?" e dar o nome da firma (Ex. "é da Rex... fala F....").

Se a chamada não é para a pessoa que responde, pode-se perguntar: " Quem fala, por favor?" ou: "Quem está ao telefone?"
Isto permite chamar a pessoa a quem é dirigido o telefonema: "João, o Sr. Gomes está ao telefone."
O que vai possibilitar que o João diga, ao pegar no aparelho: "Bom dia, Sr. Gomes; fala João da Costa, como está?"
Porque não devemos esquecer que o facto de nos identificarmos não dispensa o emprego de uma boa fórmula de saudação, ainda que muito breve, mesmo se o telefonema é só de negócios.

É de mau gosto não nos identificarmos imediatamente à pessoa que se chama ao telefone ("Joana... adivinha quem fala"), sobretudo se há já algum tempo que a não encontramos. Certas pessoas têm boa memória para as vozes, mas o telefone modifica frequentemente o seu timbre.
A conversa torna-se difícil, embaraçosa e muito constrangedora para a pessoa que recebe a chamada.
Um erro de identificação pode transformar um telefonema amigável em conflito.
Não vamos insistir na importância da identificação quando um homem que telefona a uma mulher, ou vice-versa, especialmente se a chamada é feita para casa e é o cônjuge de qualquer deles quem atende. Não o fazer seria o cúmulo da indelicadeza.

Talvez fosse bom recordar aqui aos jovens que é da mais elementar cortesia não monopolizar o telefone com o único pretexto de passar uma hora ou duas a conversar com os amigos.
Sabe-se que, nalguns países, certas famílias solucionaram este problema obtendo uma linha especial para os seus filhos, mas trata-se de uma minoria.
Um pouco de boa vontade de ambas as partes evitaria pequenos conflitos, que, com o tempo, se agravam e se transformam em graves problemas.

O jovens que se ocupam a fazer companhia a crianças (Baby-sitting) deverão também evitar a utilização do telefone em longas conversas quando estão em serviço numa família.
Os pais poderão ter necessidade de falar com urgência para casa e a comunicação só será possível com a ajuda da telefonista da companhia dos telefones, o que, muitas vezes, atrasa a comunicação, uma vez que aquela deverá verificar a identidade de quem pede a chamada e a urgência da mensagem.
Ainda em relação a este aspecto, recomenda-se aos jovens que tomem claramente nota das mensagens telefónicas recebidas durante a ausência dos pais e que não se esqueçam de as entregar aos seus destinatários.
De um modo geral, quem dá a conversa por terminada é a pessoa que fez a ligação, excepto se quem recebe a chamada é uma pessoa importante.
A conversa termina com breves expressões de saudação e ambos os interlocutores desligam o telefone.

Em geral, uma conversa telefónica deverá ser curta: dez minutos já se pode considerar uma duração excepcional. Não devemos esquecer que pode haver necessidade de comunicar uma mensagem urgente a qualquer dos utentes.
A conversa deve ser especialmente breve nas cabinas telefónicas públicas, principalmente se houver pessoas à espera para se servirem do aparelho.
Não é altura de contar todas as histórias da vizinhança nem de falar das dificuldades do custo de vida.
Uma conversa directa tem muito mais interesse que uma conversa telefónica para se falar desses assuntos. O melhor será combinar um encontro...

Quando se deve telefonar?
É espantoso o número de pessoas que escolhe a hora das refeições ou a hora do descanso.
Em regra é indelicado telefonar para alguém entre as oito horas da noite e as oito horas da manhã, para falar de bagatelas.
Só as chamadas de urgência ou de negócios poderão perturbar o serão familiar ou social de uma família.
É evidente que a pessoa que telefona a essas horas deve pedir desculpa pelo eventual incómodo que possa provocar.
A hora das refeições deveria ser sagrada. É muito indelicado incomodar uma pessoa nessa altura, excepto se se tratar ainda de um caso de extrema urgência.
Aconselhamos vivamente as pessoas que são contactadas a essas horas a responderem delicadamente: "Queira desculpar, mas estamos a jantar, telefone-me dentro de meia hora, se faz favor."
Repare que esta resposta não é de modo algum indelicada, mas significa que a pessoa que telefonou não foi delicada nem discreta e merece essa pequena lição.

Recusar-se a dizer o nome ao telefone, em especial se se tiver sido interrogado sobre ele, é uma falta de educação que merece que se desligue o telefone.

Nunca se deve deixar um interlocutor esperar do outro lado da linha para procurar obter a informação pedida, se um certo tempo for necessário para o conseguir. Deve-lhe ser sugerido que volte a telefonar.

Quando um incidente técnico interrompe uma conversa telefónica, quem deverá restabelecer a comunicação é a pessoa que fez a chamada, e não aquela a quem o telefonema era dirigido.

Se receber um telefonema quando está com visitas, diga gentilmente ao seu interlocutor que deverá ser breve, ou sugira-lhe que volte a telefonar noutra altura.
Não é delicado deixar que ele sinta, por meio de uma conversa mais rápida ou menos rigorosa, que você não está só. Não é necessário dar-lhe pormenores, mas deve dizer-lhe imediatamente que está na sua casa uma pessoa de fora.

Também é muito indelicado conversar com pessoas que estão na mesma sala enquanto se fala com alguém ao telefone.
Se a pessoa não vos interessa, é muito fácil fazer-lhe entender, delicadamente, que está ocupado, sugerindo-lhe que volte a telefonar.
Nunca esqueça que a estima, a indiferença ou a antipatia não condicionam a boa educação, mas tenha em conta que é a boa educação que deve controlar estes diferentes sentimentos de diversas maneiras, facilmente identificáveis: quente, morno e frio... e isto sem faltar às regras da boa educação.

Servir-se do telefone do vizinho ou do dono da casa onde se encontra exige uma atenção especial.
Se tiver de o fazer, a conversa deverá ser rápida e discreta.
É muito difícil, ainda que se tomem todas as precauções, não ouvir uma conversa que tem lugar a poucos passos de vós.
Esta situação poderá incomodar, não só o dono da casa, mas também o vosso interlocutor. Se se trata de uma chamada interurbana, é evidente que a despesa deverá ser paga sem qualquer demora.
"Depois mande-me a conta" é uma falta de educação.
Não podemos impor despesas pessoais às pessoas que nos recebem.

( By MFJ)

1 comentário:

  1. Por muito que se saiba há sempre qualquer coisa que nos escapa.

    Isto de falar ao telefone, toda a gente o faz, mas nem sempre consegue adoptar os procedimentos correctos.

    Há aqui normas que desconhecia, talvez por nunca me ter preocupado em as aprofundar. Não há dúvida que convém limar algumas arestas.

    Parabéns pelo tema!:)

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