Esta bela casa, seguramente, com algumas dezenas de anos de construção, podemos encontrá-la na Rua Padre Júlio, bem no centro da Póvoa da Pégada.
Uma casa toda construida em granito.
Então, cada pedra foi trabalhada à mão pelo pedreiro, com um pico. Tem, seguramente, centenas de horas de mão de obra.
As suas janelas, vidraças, em madeira, são constituidas por duas folhas.
A parte superior é fixa. A parte inferior é móvel e desliza na vertical, para abrir ou fechar. Corre por dentro da outra numa calha de madeira existente no seu aro, fixando - se ao mesmo nível, quando aberta, com uns ferrolhos metálicos, colocados no respectivo aro, um de cada lado.
Este sistema de janela tem sido abandonado nos últimos tempos. Todavia, ele era muito prático e também muito eficiente. Permitia muita claridade nas casas e deixava toda a superfície disponível, com largura para duas ou mais pessoas se debruçarem.
Foi nesta mesma casa que eu vivi toda a minha infância. Não têm conta as memórias familiares que aqui resídem. Para mim, ela foi e continua a ser o Centro do Mundo.
ResponderEliminarObrigado.
UMA CASA COM HISTÓRIA
ResponderEliminarEsta Casa, que herdei de minha Mãe - Maria da Nazaré Coelho de Figueiredo (n.24.2.1916 f.8.11.2003) casada com José Joaquim Rodrigues (n.16.12.1905 f.27.9.1988)- segundo relato oral de minha Avó materna Amélia dos Anjos Coelho do Amaral (n.2.8.1880 f.23.9.1961) casada com João Fernandes de Figueiredo (n.11.6.1873 f.5.2.1968) - terá sido construída na segunda metade do Século 18. A Casa terá sido, então, habitada pelo casal José Gomes (f.4.7.1811) e Maria Victória (f.23.4.1845) pais de minha Trisavó Ana Bernarda que casou em 16.1.1831 e aí continuou a viver com o marido António Coelho Abrantes (anteriormente estivera casado com Maria Margarida (Tavares) Peixoto da Silva com quem vivia em Beijós).
Deste casal nasceu minha Bisavó Maria da Nazaré Coelho de Moura (f. ca 1908) que veio a casar com meu Bisavô Agostinho Coelho do Amaral (n.23.3.1837 f.18.9.1924)e que, entre outros, tiveram como descendentes a minha Avó Amélia (acima referida) e tambem os Padres Filipe Coelho do Amaral e Júlio Coelho do Amaral (n.10.5.1866 f.13.10.1953).
Esta Casa, que considero como o Santuário da nossa família, está cheia de recordações da minha infância e adolescência, e estamos agora a proceder à sua recuperação para que as gerações futuras possam recordar as Raízes e Memórias da família e dos nossos antepassados. Destaco não só a colecção de fotografias antigas e de livros que datam desde o Século 17, mas tambem inúmeros objectos da lide doméstica como os apetrechos para cardar o linho, a máquina para moer o café, as talhas e arcazes, o chambaril usado quando da matança dos porcos, o pilão para moer o cardo usado para fazer o queijo, a candeia de 3 bicos de azeite (a chamada candeia dos mortos), o Gasómetro, os candeeiros de petróleo e muitos outros mais.
Há, porém, duas peças que merecem destaque especial: Uma espada com inscrições da Casa Real que terá sido oferecida a um dos meus antepassados e uma bilha de cerâmica que esteve enterrada na Ribeira da Cêrca, cheia de azeite, durante as Invasões Francesas de 1810.
Poderia escrever muito mais mas deixo estas breves notas para confirmar que se trata efectivamente de UMA CASA COM HISTÓRIA.
Júlio Joaquim Coelho de Figueiredo Rodrigues
Júlio Rodrigues, bem-haja pelo seu relato da história da sua casa de família. Pelo que nos diz será uma das casas da Póvoa da Pégada com mais história. Ainda não conseguimos contactar com quem quer que seja que nos faça um relato tão exaustivo de outras moradias.
ResponderEliminarAfinal valeu a pena divulgar as fotos da sua casa, porquanto conseguimos relembrar-lhe muitos dos bons tempos que ali passou com os seu antepassados.