terça-feira, dezembro 08, 2009

PORTUGAL - PONTE DAS BARCAS E O DESASTRE




O DESASTRE DA PONTE DAS BARCAS NO RIO DOURO - PORTUGAL


Para desenvolver este tema vamos recordar um trecho da História de Portugal:
1 - Campanhas do Rossilhão;
2 - Perda de Olivença;
3 - Bloqueio Continental;
4 - Tratado de Fontainebleau;
5 - Invasões Francesas.


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Reinado de D. Maria I - A «Piedosa» (1776 - 1816)


"... Perante os desgostos de que foi vítima, D. Maria I, em 1791, foi vítima de doença mental, pelo que, desde então, até 1796, o seu filho D. João governou em nome da mãe, passando depois a
assumir a regência do Reino.


1 - CAMPANHA DO ROSSILHÃO > (1793)


« REVOLUÇÃO FRANCESA: >>>> Em 1789, tinha rebentado em França uma revolução que ensanguentara aquele país, onde se praticaram verdadeiras atrocidades. Por este motivo, algumas nações juntaram-se para combater a França».


Em virtude das tremendas atrocidades que se desenrolavam em França, muitas nações revoltaram-se contra aquele país, especialmente a Inglaterra*, que era a mais empenhada na luta. Espanha e Portugal resolveram também entrar na guerra. Em 1793 (Inglaterra, Espanha e Portugal), invadiram a França, e começou a Campanha do Rossilhão, que se manteve até 1795, data em que a Espanha, sem consultar Portugal, assinou a paz com os franceses.


*
[GUERRA DOS SETE ANOS - "PACTO DE FAMÍLIA" > cumpre-nos aqui esclarecer que o relacionamento entre a França e a Inglaterra já não era bom, entre cujos países em 1750 estalara a Guerra dos Sete Anos. A França, evocando o chamado Pacto de Família, desejava o nosso concurso contra o poder naval da Grã-Bretanha. Portugal, por ser aliado da Inglaterra, recusou-se. Então, as tropas francesas e espanholas invadiram Trás-os-Montes - Portugal, em 1762, mas foram expulsas pelo exército anglo-luso.
O QUE ERA O PACTO DE FAMÍLIA? -> Era um contrato estabelecido entre os monarcas da Europa, descendentes da família dos Bourbons, pelo qual todos se haviam de ligar na luta contra a Inglaterra].


2 - PERDA DE OLIVENÇA > (1801)


Portugal, no entretanto, fiel aos seus compromissos, matinha-se firme ao lado de Inglaterra, a quem enviara uma esquadra que, juntamente com a armada inglesa, tomou parte na grande batalha de Aboukir, inglória para a França.
Em face do sucedido, a represália da França, governada nesse tempo por NAPOLEÃO BONAPARTE, não se fez esperar. Em 1801, Portugal foi invadido por numerosas tropas espanholas e francesas, já amigas e agora aliadas.
O inimigo entrou pela fronteira alentejana, tendo conseguido apoderar-se de Olivença, que a Espanha nunca mais nos restituiu.


3 - BLOQUEIO CONTINENTAL > (1807)


Napoleão, grande general, imperador dos franceses, pela vitórias que havia conseguido contra a Austria, Prússia, Rússia, etc, julgava-se o senhor absoluto da Europa. Em Julho de 1807, é chegado o momento de impôr o Bloqueio continental. Em obediência a esta ordem, todas as nações europeias diviam encerrar os seus portos aos navios britânicos.


4 - TRATADO DE FONTAINEBLEAU (1807)


O príncipe regente D. João, inspirado na vontade do seu povo, não cumpriu as determinações de Bonaparte.
Tinhamos perdido Olivença e podiamos sofrer mais reveses, mas dignificávamos a nossa aliança, franqueando os nossos portos à Inglaterra.
Como o nosso regente, à vista de novas insistências, continuasse a não transigir, Napoleão assinou com a Espanha o Tratado de Fontainebleau (27 de Outubro de 1807), pelo qual Portugal seria repartido pela Espanha e pela França.
Para tal efeito, tinha a nossa Pátria de ser conquistada o que não foi possível ao grande general francês.


5 - INVASÕES FRANCESAS - (1807 >>> GUERRA PENINSULAR


a) Primeira Invasão ( 1807):


A fim de ser executado o Tratado de Fontainebleau, Napoleão mandou invadir Portugal com um exército de 30 mil homens, comandado por Junot.
O inimigo tinha penetrado pela Beira Baixa e chegara já a Abrantes, em marcha sobre Lisboa. No dia 30 de Novembro de 1807, entrava o invasor na Capital. Começaram então os roubos, os atentados, os assaltos às igrejas, repartições públicas e casas particulares. O País não podia sofrer semelhantes violências. Surgem as primeiras manifestações de revolta contra a dominação estrangeira. É chegado o momento de agir. O Porto levanta-se em armas, e, a seguir, as províncias do Minho e de Trás-os-Montes. Pedem-se depois auxílios a Inglaterra que nos envia
um corpo de exército comandado por Artur Wellesley, depois duque de Wellington. As nossas
forças, juntas às inglesas, atacam os franceses, que são derrotados nas batalhas de Roliça (Óbidos) e Vimieiro (Lourinhã). Em Agosto de 1808 é assinada a Convenção de Sintra, pela qual Junot e as suas tropas foram obrigados a sair de Portugal.


1) - Três dias antes da entrada dos Franceses em Lisboa retirou-se a família real e a corte, por decisão do Conselho de estado, para o Brasil, à data Colónia Portuguesa. Houve tempo em que este acto foi mal julgado pelos historiadores. Hoje, já ninguém desconhece as vantagens que deste atinado acto politico advieram para o país.
Se a família real não se tivesse ausentado, podia ter sido desacatada ou feita prisioneira, o que seria um grande desastre, pois nestas condições, D. João ver-se-ia forçado a assinar quaisquer condições que lhe fossem impostas.


b) - Segunda Invasão (1809):


O imperador dos franceses, que se não havia conformado com a derrota de Junot, organizou outro contingente de tropas, comandado pelo general Soult, e determinou nova invasão a Portugal.
O inimigo, desta vez, entrou por chaves, passou por Braga, e, em Março de 1809, assenhorou-se da cidade do Porto.
As tropas portuguesas agruparam-se logo; chegaram novos reforços da Inglaterra; tudo se
preparou para a vitória. O exército anglo-luso, dirigido superiormente por Wellesley, atacou o inimigo, investindo contra o Porto.
Soult, reconhecendo a inutilidade da resistência, fugiu desordenadamente e abandonou o país.


1) - PONTE DAS BARCAS E O DESASTRE:
Nesta época ainda não havia pontes fixas sobre o Rio Douro. Para as populações se movimentarem entre as duas margens do Rio foi constituída uma ponte provisória, feita com a colocação paralelamente de barcas amarradas com cabos de aço. Sempre que era necessário os barcos transporem aquela ponte para subir o rio, no meio do leito era aberto um corredor, separando aquela ponte em duas partes, que, logo a seguir, era reposta.


("A Ponte das Barcas, construída com objectivos mais duradouros, foi projectada por Carlos Amarante e inaugurada a 15 de Agosto de 1806. Era constituída por vinte barcas ligadas por cabos de aço e que podia abrir em duas partes para dar passagem ao tráfego fluvial.")



«Quando os franceses entraram no Porto, a população citadina, sobressaltada, encaminhou-se para o rio Douro, a fim de o transpor através da ponte das barcas que existia nesse tempo. Esta, perante a avalanche repentina da multidão, abateu e milhares de pessoas cairam ao rio, morrendo afogadas.
Tal acontecimento é conhecido por - O DESASTRE DA PONTE DAS BARCAS. »


2) - AS ALMINHAS:
Em memória dos que faleceram neste desastre foi erigido um monumento (AS ALMINHAS) na Rua da Ribeira, naquela cidade do Porto, próximo do local onde funcionara a ponte das barcas, monumento

esse que aqui reproduzimos por Fotografia, por assinalar um acontecimento narrado na História de Portugal.


c) - Terceira Invasão (1810):


[Por nos parecer de especial interesse para os estudiosos da matéria, por encerrar um capítulo da nossa História, a Guerra Peninsular, concluímos a descrição das invasões francesas].


Napoleão era teimoso; não perdia a ideia de conquistar Portugal. Por isso tentou uma última cartada. Alinhou as suas melhores tropas (85.000 homens) comandadas por Massena, e, em Agosto de 1810, Portugal foi invadido pela terceira vez.
O exército francês entrou por Almeida e avançou sobre o Buçaco, onde o esperavam os soldados anglo-lusos sob o comando de Wellington, e ali se deu a grande batalha (27 de Setembro de 1810) em que os franceses foram completamente derrotados.
Massena, com o resto da sua gente, conseguiu fazer uma retirada e tentou avançar sobre Lisboa. Mas estacou diante das Linhas de Torres Vedras, onde sofreu nova derrota. Começou a
debandada do inimigo, que, passando a fronteira, fugiu em direcção ao seu país. As tropas anglo-lusas, já aliadas da Espanha, que se tinha desavindo com Napoleão, perseguem Massena através da França e entram vitoriosas em Bordéus e Tolosa. Com esta terceira e última invasão terminou o perigo do domínio napoleónico na Península. »









Nesta fotografia, ao lado da Ponte Metálica de D. Luis I, vemos os pilares e parte das paredes da habitação do Guarda da Ponte Pensil que, depois do Desastre da Ponte das Barcas, ali foi criada e que antes da construção da ponte metálica, fazia a ligação das duas margens do Douro.

COMO FOI NO BRASIL?

2 comentários:

  1. Isabel Clara- Damaia09/12/2009, 10:12:00

    Muito bom .Parabéns.
    É pena que hoje não se dê tanta importância a estas grandes coisas.

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  2. Olá Isabel Clara,
    Obrigado por teres passado por aqui.
    Relembrar aquilo que os livros descreveram sobre Portugal nas décadas de 30,40,50 e... do Século XX, é para nós um enorme prazer. Hoje a História de Portugal é estudada de maneira diferente, mas, sempre que causemos alguma surpresa à juventude, que fica admirada pelo que se aprendia, então, na 4.ª Classe, pelos livros de Tomás de Barros, essa postura da juventude anima-nos imenso, porque afinal os bisavós de alguns já estudaram muito, com maiores sacrifícios dos próprios e dos familiares que se impunham para que eles aprendessem mais do que os seus ascendentes.
    Relembrar estas pequenas coisas poderá ser um gesto insignificante para muitos, mas é para nós uma enorme satisfação conseguir melhorar o argumento para falar de Portugal e dos Portugueses no Mundo.

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