ACORDARAM COM OS FOGUETES
DA ALVORADA
Às 08;00, o técnico lá estava em frente ao bebedouro dos Caminhos, com algumas dúzias de foguetes para lançar.
Quando chegámos, esperava a luz verde dos Mordomos da festa e a chegada de um Grupo do Corpo de Bombeiros Voluntários de Cabanas de Viriato, para iniciar a sua tarefa de lançar a alvorada.
O tempo apresentava-se fresco com alguma névoa sobre as serranias.
Aquele local é maravilhoso para o lançamento dos foguetes. Não há perigo de atear fogos, porque os pinhais ficam longe. Aquele cenário fresco, com o curso de água da ribeira a cerca de 50 metros, os verdes milheirais e outras culturas agrícolas, tornam-no invulgar, para esse efeito.
Todavia, como a lei prevê, o corpo de Bombeiros não foi dispensado, mais por prevenção, não fosse a festa transformar-se em inferno e obrigar os famosos bombeiros Beijosenses de outrora a uma correria inesperada, com pulverizadores, cântaros, sachos, enxadas ou sacholas e ramos verdes de árvores, para o combate aos incêndios.
Sim! Porque Beijós sempre teve a melhor corporação de Bombeiros do Mundo. Ainda que as populações não tivessem formação específica para o efeito, no seu peito tinham um coração grande e forte, no qual alojavam o espírito de solidariedade e amor ao próximo e aos bens alheios. Por isso, bastava um grito de alarme, todos os Beijosenses, onde quer que se encontrassem, suspendiam os seus trabalhos, para acorrerem às aflições dos vizinhos. Muito bonito este gesto que, felizmente, ainda se mantém!
O pirotécnico também tinha essa preocupação, de evitar outras aflições.
Aqui o vemos com todos os cuidados a orientar a direcção dos foguetes, para que subissem na vertical, rumo ao céu, para, de lá, anunciarem com os seus estrondos, que este dia era e foi especial para a nossa Aldeia.
Tudo começou bem!
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